terça-feira, dezembro 04, 2007

Ontem foi...Crónica 5

Ontem foi dia Internacional do Deficiente.
Como profissional ligado às necessidades educativas especiais, relegada agora para Educação Especial, promovi uma actividade numa das escolas onde trabalho relacionada com a temática do Dia Internacional do Deficiência.
Desilusão completa.
A actividade passava por uma pequena conversa com os alunos, seguida de um visionamento de um filme direccionado, concluída com a assinatura de um moral enorme, visível para toda a comunidade educativa.
São Pedro mandou chuva, o moral esteve de estar confinado a quatro paredes.
Da conversa com os alunos pude reparar que nenhum professor esteve preocupado em referir que dia era, seu propósito, enfim ....falta de sensibilização total.
Já tenho alguns anos disto, mas sempre me vou desiludindo com determinadas atitudes.
Parece que os problemas relacionados com as crianças com deficiência apenas são do foro dos professores da Educação Especial (alguns, pois outros andavam mais preocupados com merdices relacionadas com o Messenger...).
Peço desculpa desde já por não ter elaborado uma postagem digna da defesa dos direitos dos deficientes, mas a neura ontem era tão grande que só me apeteceu acender a lareira e ficar a ver a saga do Senhor dos Anéis, só tive pena de só ter 3 episódios compridos. Com a neura que estava ontem era capaz de ver uns 6.
Naturalmente que este amargo de boca irá passar, possivelmente jamais irei promover actividades desta estirpe, ou talvez não...
Os nossos ideais são os nossos ideais...
Num país que anda mais preocupado com os filhos e não filhos do TOY, é natural não haver qualquer sensibilidade para com os deficientes.

2 comentários:

Artur Coelho disse...

Mas tu ainda acreditas na humanidade? Ou aliás, tu ainda acreditas na competência, honestidade, inteligência e profissionalismo dos nossos colegas?

Isabel disse...

Meu amigo, os "deficientes" não vendem. Não servem para capas de revistas. Além disso, como bons portugueses que somos, com o mal dos outros estamos bem (só até que ele nos bata à porta).
Não desista. Continue com a sua saga. eu, ainda, conheço colegas que trabalham em prol daqueles que mais precisam de nós.

Bjnh