sexta-feira, janeiro 13, 2006

Dia 22 todos a votar...

Penso que todos os blogs por este país fora têm falado das eleições presidenciais, com conversas à volta dos candidatos, da importância para o país e outras coisinhas do género.
Naturalmente um blog como este não poderia deixar passar em branco um tema desses, não querendo ser maçador nem partidário, irei falar sobre o assunto fulcral destas eleições, ou seja, os candidatos, não o país mas os candidatos .
Como sabem os meus leitores, são alguns.
Começando de uma forma aleatória pelo senhor Cavaco, oferece-me dizer que se trata de um candidato com alguma experiência política, que está intimamente ligado com os portugueses, ligado aos famosos anos da luxúria, loucura, etc...etc...
Portugal na altura da governação deste senhor tinha um parque automóvel de jipes, está bem que todos iguais, mas isso prende-se com os critérios de afirmação social da maioria dos portugueses.
Nessa década choveu muito dinheiro da Europa e afins, era necessário modernizar o país. O que se fez nesse sentido: algumas auto-estradas, alguns viadutos, alguns centros comerciais, alguns acordos a estoirar a pesca e agricultura portuguesa, alguns buzinões, a redução dos direitos dos trabalhadores conquistada em Abril (faz lembrar alguém da realidade recente), entre outras coisas importantes para este país.
Cavaco foi importante, ninguém poderá dizer o contrário, resta saber se queremos novamente o Cavaquismo.
Quanto ao Garcia, o eterno candidato, o fenomenal eterno candidato, sem força partidária na retaguarda, sem grandes orientações ao nível dos problemas reais do país, mas com uma vontade determinada e bem portuguesa de mandar tudo e todos abaixo. Deixaremos uma análise mais ao pormenor para daqui a 4 anos...
Manuel Alegre, o poeta, o homem que foi abandonado no altar pelo partido do coração, ou seja, o seu segundo amor, pois o primeiro foi o vermelhinho, sim na década da luta anti-regime, Alegre bandeava-se para os lados dos comunistas.
Agora abandonado pelo PS, a fazer birras de poeta mal amado seguramente não será alternativa, a ver vamos...
Quanto a Mário Soares, está velho, muito velho...não quero dizer que seja a idade do senhor a impedir o que quer que seja, mas sim a vida do homem. Em todas as confusões políticas desde os anos sessenta que existiram neste país, Mário lá estava na luta, bem sei que em França, mas estava na luta contra o regime, nos governos que deram África aos seus seres de origem, nas reformas agrárias, nas reformas da classe política de generais a simples corruptos incorrigíveis, o homem estava em todas, à quem diga que saltou de pára-quedas do avião que provocou a morte do Sá, não o do Sporting entenda-se.
Bem o homem merecia estar em casa a cuidar das flores e da sua bela e desarrumada biblioteca.
Jerónimo, comunista, um pouco mais moderado, com melhor dicção que o seu antecessor, mas comunista...a reforma agrária, os direitos dos trabalhadores, os direitos das mulheres, o aborto, etc, etc, e as bandeiras vermelhas( nheque...), os velhotes, enfim, o comunismo no seu verdadeiro sentido está condenado, por um lado infelizmente, porque a ideia da partilha até é interessante, mas utópica.
O Louçã quer é fumar charros dentro dos grandes carrões que os governantes teimam em comprar cada vez que são eleitos. O seu discurso é sempre igual e roça na maior parte das vezes a má educação. Um esquerdista na verdadeira ascensão da palavra, um lutador por todas as causas e também por nenhuma. Talvez mereça ser eleito, para ver o que dá...
Penso não ter esquecido nenhum.
Resta-me votar...em branco.

1 comentário:

Artur Coelho disse...

por outras palavras, o voto em branco é que deveria vencer. Mas olha que o charro e um carrão sai mais barato do que um falcon 50 e umas garrafitas de cognac napoleon