quarta-feira, março 15, 2006

Não se deve generalizar...

Hoje conversei com um GNR.
O motivo: participação de um assalto.
O resultado: uma carga de nervos.

No dia 15 de Março, Turmentus apresentou-se no posto de comando da GNR da Ericeira. O motivo pelo qual visitou tal infra-estrutura, foi o facto de o seu carro ter ido roubado, na madrugada de 14 para 15.

Turmentus pensa ter ou ser possuidor de um discurso simples e objectivo.
Tal diálogo com o espectacular soldado de serviço, provou-lhe precisamente o contrário.

Turmentus: Bom dia, quero apresentar uma queixa.
O Soldado: Bom dia, faça favor.
Turmentus: Esta noite o meu automóvel foi assaltado.
O Soldado: A que horas ?
Turmentus: Amigo se soubesse as horas que os assaltantes iriam assaltar estaria lá para evitar o assalto, não acha ?
O Soldado: Claro, claro, mas a que horas foi o assalto ?
Turmentus: Olhe estacionei o carro por volta das 21:40 horas e dei pelo assalto hoje de manhã às 7:40 horas.
O Soldado: Com certeza. Assalto às (enquanto teclava no Pc)...olhe tem de me dizer uma hora.
Turmentus: Não acredito nisto. Não sei a que horas me assaltaram a merda do carro.
O Soldado: Não precisa ser incorrecto, colocarei que foi entre as 22:00 horas e as 7:00 horas.
Turmentus: Desculpe, faça isso.
O Soldado: Sabe quem assaltou a viatura.
Em completo estado caótico de nervos responde.
Turmentus: Não sei se soubesse já lhe tinha ido às fusas.
O Soldado: O Senhor está muito nervoso.
Após este episódio Turmentus encheu os pulmões de ar e fez a relação de todos os pertences furtados. Naturalmente que o diálogo teve altos e baixos, o GNR era uma besta de eficiência.
O Soldado: Aqui no B.I. diz que o senhor é natural de S. Sebastião da Pedreira, confirma ?
Turmentus: Sim, sim...
O Soldado: Aqui no B.I. diz que...
Turmentus interrompe o soldado.
Turmentus: Olhe tudo o que está no B.I. confirma-se.
O Soldado: Muito bem, então o sr. nasceu a ....
Turmentus ficou com a sensação que tinha feito mal em apresentar queixa.
O soldado entre outras peripécias nada agradáveis sai-se com esta.
O Soldado: O senhor tem certeza que foi assaltado, pois não se vê marcas de vandalismo no carro.
Turmentus: Fui assaltado, possivelmente por alguem que voçês nunca irão apanhar pois foi perfeito no trabalho, não me estragou o carro e levou-me os pertences que atrás descrevi, o senhor está a dizer o quê ?? que fui eu que me assaltei ???
O Soldado: Não se vê marcas no carro.
Turmentus: Olhe chame-me o seu chefe de serviço.
Após este episódio, e no decorrer da conversa em tom mais alto do que é costume apareceram outros dois soldados um nadinha mais esclarecidos, deram para aí umas trintas voltas ao carro, olharam, olharam e remataram com esta: “trabalho de profissionais”.
O soldado tomou nota de tudo e terminou, com a célebre frase: “Podia ser pior poderiam ou vandalizar o carro, ou mesmo roubá-lo, isso sim seria mau...”
Após tal afirmação, Turmentus desejou um bom dia e completamente consumido pelo ódio e raiva dirigiu-se para a viatura em causa, acendeu um cigarro e disse: “foda-se este país”.

4 comentários:

Artur Coelho disse...

Uau! Esse teu encontro com as autoridades locais dá uma nova dimensão à imagem da GNR como uma força recheada de agentes simpáticos e competentes.

Mac Adame disse...

Só quem nunca teve a infelicidade de ter que apresentar uma queixa na GNR é que não passou por um diálogo de surdos como este. Na PSP costuma haver gente um bocadinho mais inteligente, mas neste país, em que nada é igual para todos, a maioria tem que se contentar com estas "autoridades".

Anónimo disse...

Energumenos do car****!!!

No nosso país há coisas que nunca mudam!!! Se fosse alguém importante até lhe lambiam os sapatos!!!

Zig disse...

Por isso, neste país muitas pessoas que foram alvo de furtos, não apresentam queixa. Alem de não resultar nada da queixa, tens que ir n vezes ao tribunal e ministério público, a perder tempo!